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Dieta DASH em pacientes com sobrepeso/obesidade e hipertensão arterial primária

"O impacto da terapia nutricional individualizada de acordo com a dieta DASH em pacientes com sobrepeso/obesidade e hipertensão arterial primária: um estudo prospectivo randomizado".


No ano de 2000, cerca de 973 milhões de adultos no mundo foram diagnosticados hipertensos, sendo a obesidade um dos principais fatores que predispõe à hipertensão arterial. A patogênese da hipertensão na obesidade ainda não é totalmente elucidada, entretanto, a hiperinsulinemia, a resistência à insulina e a secreção de leptina pelo tecido adiposo são fatores de grande relevância. A perda de peso corporal é um dos principais alvos terapêuticos, portanto, a intervenção nutricional deve ser um elemento vital do tratamento entre hipertensos em grau primário.


O objetivo do estudo foi avaliar o impacto da intervenção nutricional individualizada entre pacientes obesos e/ou com sobrepeso com hipertensão primária, a partir do estado nutricional, pressão arterial (PA) e parâmetros bioquímicos.

Foi realizado um ensaio clínico randomizado, conduzido no ambulatório de Hipertensão Arterial do Instituto Cardeal Stefan Wyszynski de Cardiologia em Varsóvia, Polônia. Foram incluídos no estudo 131 pacientes com sobrepeso ou obesos com hipertensão primária, recrutados por um médico especialista em diagnóstico e tratamento de hipertensão, acompanhados por pelo menos dois anos na clínica.


Os critérios de inclusão foram pressão arterial bem controlada <140/90 mm Hg) por pelo menos seis meses, índice de massa corporal (IMC) ≥ 25 kg / m2, idade pós-menopausa para mulheres (definida como um período de pelo menos dois anos após o último ciclo menstrual) e sem histórico de terapia de reposição hormonal. Foram excluídos pacientes com doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, doenças renais e hepáticas, diabetes tipo 2 e aqueles que não cumpriam os critérios de inclusão. Não houve intervenção na prática de atividade física.


As medidas da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram realizadas por um especialista em hipertensão. O estado nutricional foi avaliado por meio dos parâmetros de peso corporal, altura, circunferência da cintura e composição corporal. Com base nas medidas obtidas, o IMC foi calculado com a qualificação subsequente para a categoria de sobrepeso (IMC 25-30 kg / m2) ou obesidade (IMC ≥ 30 kg / m2). A relação cintura-quadril (RCQ) também foi calculada, e a obesidade visceral foi definida como o valor maior que 1 para homens e maior que 0,8 para mulheres. As medidas de composição corporal foram realizadas pelo método de bioimpedância elétrica.


Cada participante do grupo DIG recebeu um plano de dieta individualizado de três meses e três consultas individuais subsequentes foram feitas em intervalos de quatro semanas para monitorar a conformidade. Todas as recomendações também foram dadas aos participantes por escrito.


O estudo demonstrou a eficácia de uma intervenção dietética individualizada com base nos princípios da dieta DASH. Essa intervenção pode ser considerada como parte de uma terapia complexa para pacientes com sobrepeso e obesos hipertensos. Os resultados demonstraram que para esse grupo específico de pacientes, o padrão de gordura visceral foi acompanhado por níveis séricos elevados de leptina e insulina, bem como, resistência à insulina.


De acordo com os princípios do DASH, a terapia nutricional individualizada reduz o peso corporal, a circunferência da cintura e do quadril e a gordura corporal. Além disso, a intervenção dietética diminuiu a PAS e PAD entre pessoas com hipertensão arterial primária. Portanto, os resultados do trabalho revelaram um efeito benéfico do aconselhamento nutricional individualizado e terapia com base na dieta DASH em alguns fatores de risco cardiovasculares e metabólicos.


Referência Bibliográfica: KUCHARSKA, A. et al. The impact of individualised nutritional therapy according to DASH diet on blood pressure, body mass, and selected biochemical parameters in overweight/obese patients with primary arterial hypertension: a prospective randomised study. Kardiologia Polska, v.76, n.1, p.158–165, 2018.



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